Mães e Filhas (1)

Atenção Materna: Nutriente Essencial para Toda a Vida



Três mulheres na sua relação com a maternidade.
Há 35 anos, Karen (Annette Bening) ficou grávida com apenas 14 anos e, sem hipótese de escolha, foi obrigada a dar a sua filha para adopção. Ela nunca conseguiu lidar com essa perda e hoje é uma pessoa amargurada e com enormes dificuldades de relacionamento.Já a sua filha, Elizabeth (Naomi Watts), é uma advogada de sucesso focada apenas em vencer por mérito próprio e com relutância em criar laços de qualquer espécie. Enquanto isso, Lucy (Kerry Washington) sonha ser mãe e, sem conseguir engravidar, resolve finalmente partir para a adopção. Simultaneamente confrontadas com escolhas decisivas, estas mulheres vão ver os seus destinos entrelaçados de forma inesperada.

Este é o argumento do filme (que vi a bastante tempo em e que já revi varias vezes) “Mães e Filhas” (Mother and Child) de Rodrigo Gracía mas acima de tudo é a mostra viva como a relação mãe e filha é o vínculo central na vida de uma mulher. O nosso corpo e as nossas crenças sobre nós mesmas são construídos no terreno das emoções, crenças e comportamentos da nossa mãe. Já antes de nascer, a mãe nos dá a primeira experiencia de carinho e sustento. Ela é o primeiro e mais potente modelo do papel feminino. Os nossos corpos e os delas (das nossas mães e das nossas filhas) tomaram forma numa rede de continuidade e sustento… numa biologia imbuída pela consciência de que podemos retornar ao princípio dos tempos nesta espiral de úteros. Por isso cada filha contém em si a sua mãe e a todas as mulheres que a precederam.

Da nossa mãe aprendemos o que é ser mulher e a cuidar o nosso corpo. Quando me imagino dentro do ventre da minha mãe vejo como as minhas células se dividiram e se desenvolveram ao ritmo do bater do seu coração. Foi essa a sinfonia que ouvi durante nove meses, nove meses durante os quais a minha pele, o meu cabelo, coração, pulmões e ossos foram alimentados pelo seu sangue, sangue que estava cheio de substâncias neuroquímicas formadas como resposta aos seus pensamentos, crenças e emoções. Quando ela se sentiu com medo, ansiedade, nervosismo ou se sentiu sozinha durante a gravidez o meu corpo apercebeu-se de todos esses sentimentos assim como também sentiu todos os momentos em que ela se sentiu feliz, segura e satisfeita com a gravidez… e assim sentindo o que ela senti, fiz meus também os sentimentos.

Os sentimentos e os sonhos das nossas antepassadas maternas formam parte do nosso legado por isso é tão importante para nós, mulheres, conhecer a nossa linhagem materna, ser conscientes da forma como a história da nossa mãe influência a nossa saúde, as nossas crenças e a nossa maneira de viver a vida e como continua a fazê-lo sempre!

Descobrir a nossa história, cura-la e integra-la de forma consciente ajuda-nos a renascer como mulheres mais plenas e livres assim como contribui para curar a todas as mulheres que nos precederam e a todas as que estão por chegar.

E o filme do qual falei nas primeiras linhas deste post fala disso mesmo, da influência, muitas vezes inconsciente, de uma mãe sobre a sua filha. Quando a relação de uma mulher com a sua mãe é sã e de mútuo apoio e a mãe lhe transmitiu mensagens positivas sobre o seu corpo feminino e a forma de cuida-lo os obstáculos da vida são mais fáceis de superar e a saúde física e emocional da mulher é plena mas quando a influência da mãe é problemática o há uma história de descuido, maus-tratos, alcoolismo ou doenças mentais, então as coisas se complicam e os obstáculos parecem maiores e a saúde física e emocional fica mais vulnerável. Totalmente centrado no sexo feminino, o filme de Rodrigo Garcia explora as (dolorosas) experiências de um grupo heterogéneo de mulheres.
As difíceis decisões que tiveram de tomar, o impacto que as mesmas tiveram em quem as rodeiam, o que isso implicou nas suas vidas e na das suas filhas, são algumas das questões que transpiram de um filme intenso e melodramático que vai muito para além do esperado!

Vejam o filme e depois sentem-se com lápis e papel e escrevam uma historia sobre a relação que tinham com a vossa mãe, como é que ela vos animava ou desanimava, quais as características da vossa mãe que hoje são vossas também…

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