Oficina "Aprende a observar o teu sangue menstrual"

Um convite para todas as mulheres que gostam de observar o seu corpo e os seus ciclos e ritmos.

O sangue menstrual é uma síntese biológica daquilo que comemos, vivemos e fazemos em cada ciclo menstrual.
Por isso observar o nosso sangue menstrual e fazer um registo da sua aparência pode dar-nos indicações do estado de saúde do nosso corpo.

Vamos conhecer a linguagem do nosso sangue menstrual? E aprender o significado da sua cor, textura, quantidade e aprender as mensagens "secretas" que ele tem para nós?

Ao longo desta oficina vamos ver como o nosso corpo possui um código dos seus processos fisiológicos, uma linguagem natural que se manifesta nas nossas sensações e fluxos, a leitura de estes códigos pode fazer-se através da auto-observação, como vamos ver e investigar ao longo dos exercícios partilhados diariamente. Qualquer mudança no nosso fluxo menstrual deve ser detectada para assim prevenir desequilíbrios que com o tempo podem vir a ser graves.

Material da Oficina
1 Vídeo
1 Sebenta inspiradora, com material teórico-prático para começares o teu Plano de
Autoconhecimento e Autocuidado Extremo.
Exercícios diários, durante 7 dias partilharei contigo um conjunto de exercícios
práticos e criativos para realizares Auto-observação da tua Ciclicidade.
Dia #1
Dia #2
Dia #3
Dia #4
Dia #5
Dia #7

Observação
O material que partilho são as minhas aproximações para viver a minha ciclicidade com prazer e criatividade. E tu podes adaptar facilmente ao teu dia a dia e a tua própria ciclicidade, que é única para criares o teu próprio Plano de Autoconhecimento e Autocuidado Extremo.


Podes realizar esta oficina em duas modalidades
Modalidade Digital
Recebem por email o material (PDF) e passwords necessárias para aceder ao fórum e vídeos.
Valor M. Digital: 20€

Modalidade Papel
Recebes em tua casa todo o material impresso com todo mimo e cuidado que mereces:
Sebenta 
+ Fichas de Exercícios com capa arquivadora
+ cd com o vídeo
+ password para te juntares ao fórum virtual.
Valor M. Papel: 35€ (inclui portes de envio)

Como fazer o pagamento e inscrição?
Envia um email a solicitar a tua ficha de inscrição para jardineriahumana@gmail.com
Quem se inscrever durante o mês de Outubro recebe uma surpresa. 



Lista #1 | Dicas para evitar ou diminuir a dor menstrual

Respondendo as questões das Confreiras…

«Tenho 22 anos e sinto dores pélvicas fortes no dia anterior ao período. Como poderei ...»
«Tenho 17 anos e, no primeiro dia do período, sinto dores fortes que me impedem de prat...»
 
Conselhos para evitar ou diminuir a dor menstrual

As dores menstruais (dismenorreia) têm uma significativa incidência nas mulheres adolescentes. A dor menstrual é um cólico que ocorre quando o nosso corpo-mente segrega determinado cocktail de hormonas que iniciam contracções uterinas com a finalidade de expulsar o endométrio. As manifestações físicas mais comuns descritas pelas mulheres são: dores de mamas, inflamação e irritabilidade na zona abdominal e dor de cabeça.

Contudo temos de salientar que nem todas as mulheres apresentam estas manifestações e quando assim é não é na mesma intensidade. A dismenorreia pode ser definida como a dor abdominal e/ou pélvica intensa que surge antes da menstruação ou coincidindo com a mesma. Estima-se há um número significativo de mulheres sofrem desta perturbação e que uma percentagem mais pequena dos casos apresentam dor com maior intensidade, designada por dismenorreia grave. Há que considerá-la uma perturbação de alguma relevância, já que constitui uma causa importante de incapacitação laboral/social, de automedicação e de consulta. Na presença de infecções, miomas ou tumores estes sintomas também de agravam. As causas destas manifestações físicas têm uma origem biopsicossocial mas falaremos delas num outro momento ou se quiseres começar já a investigar e a reflectir nas causas podes começar pelo artigo “Há prazeres que só as mulheres conhecem”.

O tratamento específico para a dismenorreia variará em função de uma série de factores, tais como a idade, o estado de saúde, os antecedentes, a intensidade da dor, a tolerância a medicamentos e se a dismenorreia é primária ou secundária. Se existir uma patologia ginecológica, esta deve ser diagnosticada e tratada. Se a dismenorreia for primária em função das preferências, podes optar por alterações higiénico-dietéticas, exercício físico, analgésicos e/ou tratamento hormonal, medicinas alternativas, entre outros.

Eu particularmente gosto de começar pelas alterações higiénico-dietéticas e o exercício físico por isso cá vai a minha lista de dicas:

Lista #1  | Dicas para evitar ou diminuir a dor menstrual

1 - Descansar
Durante a menstruação, é natural sentirmo-nos cansadas e sem ânimo quando tentamos manter o mesmo ritmo que na fase folicular do ciclo. A recomendação é diminuir o ritmo, relaxar e descansar. Procura a tua própria forma de descansar e desconectar. Eu gosto de relaxar e descansar na companhia de um chocolate quente com canela e na hora de dormir procuro deitar-me com a barriga para baixo, apoiada num travesseiro, comprimindo-a. A mim ajuda-me a ameniza as dores e pode garantir uma boa noite de sono nos dias de cólica menstrual.
NOTA | Se te apetecer explorar connosco esta coisa do descanso e encontrar formas, estratégias de descanso podes juntar-te a nós no Ciclo Compreendo o MEU Ciclo, Vivo a MINHA Lua” especialmente na oficina #1 e #2

2 - Fazer exercício físico
Apostar em actividades como alongamentos, yoga, caminhada ou andar de bicicleta. Feitos de forma regular e moderada, o exercício liberta endorfina que tem a capacidade de diminuir a dor. O exercício sabe-me bem todos os dias do ciclo menstrual com a excepção dos 2/3 primeiros dias da menstruação onde a pausa de movimento se torna fundamental. Marcar o nosso próprio ritmo de exercício é fundamental.

3 - Abusar dos alimentos certos
O corpo humano é uma fábrica, onde os químicos regem todo o seu funcionamento. Qualquer desequilíbrio, de excesso ou carência de químicos, produz efeitos negativos. Existem por isso certas atitudes alimentares que podem fazer com que se sofra menos, inclusive, que se tenha menos dores menstruais. Tenta evitar o sal e os doces e opta por ingerir mais vegetais, frutas, peixe e carnes brancas. Faz um maior número de refeições mais leves, em vez de menos refeições mais pesadas.
Reforça o teu corpo com cálcio, magnésio e potássio: Os minerais, como o cálcio, magnésio e potássio, têm um papel fundamental no alívio das dores menstruais. Estudos mostram que as mulheres que tomam suplementos de cálcio têm menos dores menstruais que aquelas que não os tomam. O magnésio tem a sua importância na medida em que ajuda o corpo a absorver o cálcio mais facilmente. Vamos procurar alimentos que nos ajudem a aumentar o reforço destes minerais, durante o período menstrual.
Na minha lista de alimentos também tenho os que me servem como relaxantes musculares e anti-inflamatórios naturais: soja, banana, beterraba, aveia, tofu, couve, abobrinha, salmão, atum…
Mas o mais importante é que descubras os teus próprios alimentos certos, que vás experimentando e observando a reacção do teu corpo-mente a cada um deles e percebendo qual é o alimento adequado para ti em cada momento. Fica atenta as tuas necessidades.

4 - Esqueça os alimentos gordurosos
Evita comer fritos ou alimentos ricos em gorduras, pois aumentam a produção das hormonas que causam a contracção ‘descontrolada’ no útero. Evita alimentos embutidos e bebidas com cafeína, por exemplo, café, chá preto e refrigerante assim como álcool. Se costumas reter água durante o período, beber bebidas alcoólicas só irá agravar a situação. Contudo se tendes a reter líquidos, especialmente nesta fase do ciclo menstrual não tomes diuréticos. Ao contrário do que se pensam, tomar diuréticos não acalmam as dores durante o período, muito pelo contrário, já que estes fazem com que minerais importantes sejam eliminados do organismo. É muito mais importante reduzir o sal e o álcool, e substâncias que fazem com que a água do organismo fique retida.

5 - Foge do stresse
Situações estressantes podem deixar-te mais irritada e sem paciência aumentando a intensidade da dor. Por isso, procura ficar relaxada e evitar situações que podem causar estresse. Podemos descer 1 dia ou 2 da roda gigante quando voltarmos vai tudo estar na mesma! ;)

6 – As infusões podem ser as nossas aliadas
Beber chá de canela, por exemplo. A canela age como analgésico amenizando a cólica. Além dele, os chás de hortelã e erva-cidreira com propriedades calmantes também contribuem para o bem-estar entre muitos outros.

7 – Usa a botija de água quente
A botija de água quente pode ser uma forte aliada. O calor emitido estimula a irrigação, relaxando a musculatura e amenizando o impacto das contracções do útero. Também podes optar pelas almofadas de sementes ;)

8 - Apostar numa massagem
Movimentos suaves no abdómen e nos pés podem amenizar a cólica. Aliviar a tensão muscular, melhora a circulação sanguínea e, consequentemente, diminui a dor. Comprimir essa região também pode ser uma forma de massagem.

9 – Fazer amor
Praticar sexo, com orgasmo, alivia as dores. Os movimentos dos músculos afastam o sangue dos órgãos com dor, aliviando as dores. Se tens algumas dúvidas sobre o sexo durante a fase menstrual animo-te a ler o seguinte artigo “Sexo durante a menstruação sim e não

10 - Um banho mineral
Encher a banheira de água quente e juntar duas ou três mãos de sal marinho + fermento em pó ou podes optar pelos Sais Medicinais Fios da Lua. Depois é só relaxar neste banho durante cerca de vinte minutos, enquanto relaxamos e descontraímos os músculos, aliviando as dores do período.


Aqui esta a minha lista mas podes continua-la tu, o que acrescentarias?
Qual é a tua dica?

Usa os comentários aqui em baixo para acrescentar a tua dica.

Autoconhecimento e Autocuidado Extremo

A palavra “extremo” pode causar-te intriga e até captar a tua atenção. Quando a pensei e depois a escrevi senti-me entusiasmada com a ideia mas também nervosa… é uma palavra forte! Mas senti que expressava exactamente aquilo que me propus propor-te nesta 2ª temporada da Confraria Vermelha.

Nesta temporada 2014/2015 espera-nos o Autoconhecimento e Autocuidado Extremo mas… o que significa isto de Autoconhecimento e Autocuidado Extremo?

Significa cuidar de nós mesmas de uma forma completamente diferente. Vamos ser radicais para melhorar a nossa vida e pôr em prática hábitos diários que nos permitam ter e manter um novo estilo de vida. Aquele que queremos para a nossa própria vida[i].

Esta temporada é para mulheres aventureiras pois esta cheia de desafios:

Vamos marcar tempo para nós (na agenda e escrito a caneta) todos os dias;
Vamos rodear-nos de pessoas autoconscientes e interessadas em relações reciprocas;  
Vamos dar passos ousados, tais como eliminar de vez a tralha da nossa vida.

Para o Autoconhecimento e Autocuidado Extremo é essencial fazer do prazer uma prioridade: PRAZER VERDADEIRO não apenas um massagem de vez em quando ou férias uma vez por ano. Vamos desenvolver hábitos diários que nos façam sentir felizes e realizadas: comprar flores para a mesa de trabalho; beber o meu chá favorito ao fim da tarde, ouvir a minha música favorita logo de manhã…

Podem parecer objectivos/desafios impossíveis e nada fáceis de conseguir e isto do Autoconhecimento e Autocuidado Extremo pode estar a parecer-te um absurdo mas acredita é essencial, caso queiras ter uma vida que espelhe os teus desejos, necessidades e valores mais profundos.

Esta ideia de Autoconhecimento e Autocuidado Extremo pode parecer-te arrogante, egoísta e típica de pessoas que pensam que têm o direito a tudo e +algumacoisa… mas na verdade a prática do Autoconhecimento e Autocuidado Extremo obriga-nos a fazer escolhas e a tomar decisões que respeitem e reflectiam a verdadeira natureza da nossa alma.

A arte do Autocuidado Extremo requere autoconhecimento, paciência, empenho e prática mas acima de tudo uma disponibilidade para enfrentar todos os sentimentos mesmo os mais desconfortáveis.

Vamos enfrentar a culpa (por…);
Vamos enfrentar o medo (de ser…);
Vamos enfrentar a ansiedade (que…).

O Autoconhecimento e Autocuidado Extremo são um processo orgânico e evolutivo é uma arte e não uma ciência.

Para colocar em prática este processo de Autoconhecimento e Autocuidado Extremo preparei para ti:

Um conjunto de posts (que irei partilhando semanalmente) sobre as emoções e a nossa ciclicidade: “Eu e as minha emoções cíclicas

Artigos sobre alimentação: Eu e a Comida  onde juntas reflectiremos sobre a nossa relação com a comida e as nossas necessidades alimentares cilícicas, e exploraremos esta relação através de exercícios criativos e da técnica mindfulness (atenção plena). Também poderemos alargar as reflecções e explorações propostas nestes artigos através das Oficinas Mulheres, Comidas e Cuidados (as oficinas #2 e #3 estarão disponíveis em Outubro e Novembro fica atenta).


  • Oficina #1 Mulheres, Comida e Cuidados – Uma primeira reflexão sobre a comida
  • Oficina #2 Mulheres, Comida e Cuidados  - Alimentação e o Ciclo Menstrual  | Outubro 2014
  • Oficina #3 Mulheres, Comida e Cuidados – Mindfulness como forma de vida | Novembro 2014

Ciclo de Oficinas Online “Compreende o Teu Ciclo, Vive a Tua Lua” muitos problemas da saúde ginecológica e emocional complicam-se por não serem detectados a tempo. O facto de ignorarmos por longos períodos de tempo estes problemas não é porque o nosso corpo não imita sinais mas sim porque não sabemos distingui-los. Observar o nosso sangue menstrual, conhecer o seu aspecto, quantidade e consistência é empreender uma viagem em direcção ao Autoconhecimento do nosso corpo, perceber a dança das nossas hormonas levam-nos a criar o nosso próprio programa de Autocuidado Extremo.

Programa Online, Individual e Personalizado de Autoconhecimento e Autocuidado Extremo, cada vez mais mulheres estamos a reconectarmo-nos com a experiência cíclica do corpo feminino e da vida e descobrindo nesta ciclicidade uma fonte de poder e de sabedoria profunda. Por isso criei desde o meu útero-coração este programa para juntas começar ou continuar a desprendermo-nos da carga negativa que durante milhares de anos se tem associado ao nosso corpo e aos nossos processos naturais: a menstruação, as mudanças hormonais, a sexualidade, o parto e a menopausa… um conjunto de sessões para soltar sentimentos de inferioridade e de rejeição do feminino que muitas de nós temos, conscientemente ou não, interiorizado. E acima de tudo (re)aprender a linguagem do nosso corpo cíclico que é simplesmente a nossa própria linguagem, individual e única.
Um programa de 9 sessões que pretendem guiar-nos por um caminho de reconciliação com o facto de ser mulher e de aceitar a nossa natureza cíclica, ajudando-nos a recuperar a nossa autoridade, intuição e felicidade. 9 sessões, como 9 são os meses de gestação de uma vida… 9 sessões para gestar juntas essa MULHER que somos e renascer de nós mesmas mais fortes, completas e intuitivas. Para receberes +informação sobre este Programa Personalizado escreve para jardineriahumana@gmail.com

Conhecer-te de verdade é viver numa constante viagem de Autoconhecimento e Autocuidado Extremo, e é isso que te proponho nesta 2ª temporada da Confraria Vermelha. Dito isto, agora, é a tua vez: há espaço aberto nos comentários para que comentes o que quiseres, sobre a tua relação contigo mesma. Sobre se tens desejos para esta nova temporada, sobre como cuidas de ti e te ajudas… o que quiseres dizer, os comentários são o teu espaço e podes usa-lo como sentires, espero por ti!  




[i] Cada uma de nós deseja a sua própria vida que é única e individual. 

Coisas de Mulher

No início de Agosto, poucos dias antes de ir de férias aceitei o desafio que me foi lançado por um projecto que acho lindo e fresco, a Revista Mamã Orgânica.

Mamã Orgânica
É uma revista on line, fresca, actual e bonita. O desafio em questão era uma entrevista sobre a Confraria Vermelha mas acabou por ser uma conversa sincera e apaixonada pelo meu trabalho e sobre todas nós.

Aqui fica um pedacinho:
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O que é a Confraria Vermelha?
A Confraria Vermelha é um projecto que tem como propósito resgatar aspectos do colectivo solidário, integrado e participativo das MULHERES. Este projecto pretende resgatar e nutrir a SORORIDADE.

Vivemos um modelo patriarcal de organização social caracterizado pelo individualismo, a luta e a competição em benefício pessoal desconhecendo o respeito aos interesses da comunidade. E nós, como mulheres contemporâneas sofremos uma fragmentação interna, necessitamos produzir e estar integradas ao mercado de trabalho e assim subordinadas a uma estrutura masculina que privilegia a linearidade de comportamentos, os julgamentos rigorosos e os movimentos pessoais drásticos, eficientes e sem envolvimento afectivo. Afastando-nos assim da nossa natureza cíclica e rítmica por isso a Confraria Vermelha pretende resgatar e nutrir a nossa natureza cíclica e rítmica.

Este projecto também procura não esquecer e delimitar a diferença entre feminino, género, mulher.

Como ‘Feminino’ entendemos uma estrutura de consciência que não esta referida aos órgãos sexuais, tampouco são as mulheres as únicas guardiãs do feminino porque ele não está vinculado ao princípio materno e transita livremente em homens, em mulheres e outros géneros que a sociedade invisibiliza.

A Confraria Vermelha pretende tecer espaços para a reflexão e reconstrução da trajectória pessoal desde uma perspectiva de transformação, mudança e compreensão do caminho e das escolhas pessoais de cada mulher.

A Confraria Vermelha também pretende ser um espaço Gyn-ecológico para mulheres que estão decidas a empreender o caminho do autoconhecimento. Neste espaço poderás encontrar dicas de produtos ecológicos e naturais, publicações, cursos e acompanhamento que provavelmente te será útil para viver cada etapa da tua vida de maneira integral.

Quem é a Aida?
Mulher Criativa. Mulher cíclica que sangra, renova, cria e transforma e tudo o mais que a vida me vai proporcionando ser a cada momento por isso cultivo a poliformação, reúno recursos nas áreas da animação sociocultural, escrita intuitiva e curativa, consciência corporal, artística (teatro e narração de histórias).
Absoluta crente na Criatividade como motor do desenvolvimento pessoal, produtivo e curativo. A criatividade que nos permite ir onde nada mais nos pode levar, ao fundo de nós mesm@s. Criadora da “Confraria Vermelha”, um sonho-projecto que abraça a tarefa desafiadora de resgatar, ancorar e manter o vínculo com o conhecimento matri-geracional a cerca do Ser Mulher e do seu poder criativo, desafiando outras Mulheres a aceitar o mesmo desafio…

Como uma mulher ao conhecer mais sobre o seu ciclo menstrual se pode conhecer mais a si mesma? (qual a relação entre o conhecimento do ciclo menstrual e o autoconhecimento)? 
Para responder a esta questão seria interessante primeiro esclarecer e começar pelo que entendo (entendemos) por autoconhecimento. Digo isto porque não a mesma coisa falar do autoconhecimento que se associa aos livros de auto-ajuda do que falar do autoconhecimento sexual (self help) que é o autoconhecimento que nos interessa quando falamos de educação menstrual. O autoconhecimento sexual requere motivação pessoal e uma pitada bem generosa de curiosidade sobre o próprio corpo (para além do acompanhamento de uma monitora com experiência em saúde sexual e reprodutiva ou no caso do ciclo menstrual de uma Educadora Menstrual).

Não podemos conhecer o mundo sem antes nos conhecermos a nós mesmas.

Este é o princípio do autoconhecimento (e da Educação Menstrual) como eu o trabalho, o sinto e o partilho: para conhecer os meus limites e possibilidades primeiro estudo o meu corpo e depois as minhas reacções, as minhas respostas perante a vida. Por isso o autoconhecimento passa por dominar técnicas de auto-exploração das mamas e dos genitais externos e internos, do reconhecimento e interpretação dos nossos ritmos e ciclos e tudo o que estes processos implicam.

Concretamente ao que diz respeito ao Ciclo Menstrual através dele podemos conhecer as 4 Capuchinhas (nome com o qual apelidei as 4 fases hormonais do meu ciclo menstrual no livro “Por Trás da Capa Vermelha”, que somos, ou seja as 4 fases hormonais que desenham o ciclo menstrual. Quando falamos das hormonas sexuais femininas do ciclo menstrual estamos a falar especialmente dos estrogénios e progesterona mas também estão presentes as gonadotropinas (LH e FSH). As hormonas são a chave para compreender o funcionamento e comportamento do nosso corpo, assim como a mente (mas eu prefiro dizer só corpo, porque a dicotomia corpo e mente é uma explicação cultural-patriarcal errada).
As hormonas do sistema endócrino são as mensageiras que têm como função manter o equilíbrio interno, regular as funções básicas e fazer-nos responder perante mudanças criadas quer desde o interior quer desde o exterior. As hormonas e o comportamento andam de mãos dadas. As hormonas são a linguagem interna do nosso corpo.

As hormonas e o comportamento estão brutalmente correlacionados e por isso vale mesmo a pena conhece-las. Conhecer as nossas hormonas sexuais femininas dá-nos a chave para conhecer o nosso corpo (ou seja a nós mesmas) e quais as decisões mais acertadas para nós. Também é verdade que temos a capacidade de escolha e de decisão e que não estamos determinas a 100% pelas nossas hormonas mas é verdade que estas jogam um papel importante no que diz respeito ao como nos movemos, sentimos, pensamos e criamos.

A menstruação como indicador do estado de saúde.

Como podes ver o ciclo menstrual e as suas fases hormonais têm uma importante influência a nível físico, mental e anímico, de forma individual e a nível cultural assim como colectivo. Não só por questões fisiológicas mas também por questões culturais por causa do comportamento e percepção que temos vindo a adquirir em redor ao próprio ciclo menstrual. Se conhecermos como funciona o nosso corpo e questionarmos os tabus em redor ao corpo feminino podemos chegar a viver-nos com prazer, menos vergonha, mais poder e menos culpa. Isto é o que eu proponho através do autoconhecimento da nossa ciclicidade (do nosso ciclo menstrual) nos projectos da Confraria Vermelha.

Mesmo com mais informação, com mais desenvolvimento no campo da ciência, muitas mulheres ainda vivem a menstruação como uma moléstia, como um peso ou quase como uma doença. Apesar de termos conquistado o acesso a educação sexual, não nos ensinam a valorizar o nosso ciclo menstrual, a compreende-lo, a ama-lo e a acolher os presentes que ele nos oferece, que são muitos.

Ouvir o nosso ciclo (ou seja o nosso corpo), mesmo quando a sua mensagem vem acompanhada de dor, é de enorme ajuda para capitanear a nossa experiência vital. As hormonas proporcionam um aumento de actividade de um hemisfério do cérebro ou de outro, depende da fase do ciclo menstrual em que nos encontramos. Perceber a dança das nossas hormonas é uma ferramenta que podemos usar para conectar com a nossa sabedoria interior e desenhar uma vida mais completa e plena.

Revalorizar e compreender o ciclo menstrual pressupõe criar um espaço para que as mulheres possamos construir uma boa relação com a nossa natureza cíclica é o ponto de partida para viver com vitalidade e poder; O nosso ciclo menstrual influência a nossa vida sexual, a nossa maternidade presente ou futura, entre muitos outros aspectos do nosso Ser Mulher. As mulheres temos nas nossas mãos parte do nosso destino e do destino das gerações seguintes (…).

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Foram 11 questões que desenharam esta conversa apaixona e sincera, podes ler o resto em Mamã Orgânica.

As emoções da minha ciclicidade: O que sentes neste preciso momento?

A Capuchinha Indomável (fase pré-ovulatória) e a Capuchinha Sedutora (fase ovulatória) são como a alegria, certamente, as fases e a emoção mais desejadas pela maioria das mulheres.

Para perceberem esta comparação que estabeleço entre estas duas fases do Ciclo Menstrual e a Alegria deixem-me esclarecer algo: Temos que entender a alegria como uma emoção que se move numa escala que vai desde o ponto zero ou neutral, que seria a calma (a energia esta tranquila sem agitação) até a euforia o máximo grau da alegria (a energia é muito intensa e quere explodir). E pelo meio podemos sentir diferentes graus de alegria com maior o menor intensidade e diversas formas de manifestação.

Quando te sentires alegre explora a tua emoção e regista o que experenciasTE no teu Diário Vermelho
A Capuchinha Indomável (fase pré-ovulatória) expressa as suas emoções de uma forma activa podendo chegar ao máximo grau de expressão da sua alegria: Alegria Eufórica. Enquanto a Capuchinha Sedutora (fase ovulatória) expressa as suas emoções de forma mais passiva, nesta fase podemos sentir algo parecido a alegria mas sem a agitação, vigor e inclinação para acção que caracterizam esta emoção e esta metade do nosso Ciclo Menstrual por isso gosto de dizer que a minha Capuchinha Sedutora expressa uma Alegria Calma.

A palavra alegria vem do latim Alicer ou Alicris, que significa vivo e animado, pois quando experimentamos esta emoção sentimo-nos num estado interno cheio de vigor, agitação e energia. Sentimo-nos com vida, com vontade de fazer coisas, de nos mover e empreender alguma acção. Tal e qual como acontece na fase pré-ovulatória e ovulatória, fases nas quais o Estrógeno (pré-ovulatória) e progesterona (ovulação) nos fazem sentir felizes e vibrantes.

A função desta emoção nesta metade do Ciclo Menstrual
 O estrógeno da pré-ovulação e a progesterona na fase da ovulação predispõe-nos a fazer coisas, a relacionarmo-nos e a partilhar, a tomar a iniciativa, a uma acção construtiva. Ou seja a Capuchinha Indomável convida-nos com o seu dinamismo, a sua criatividade, a sua força e a sua segurança a renovar o nosso mundo… e a Capuchinha Sedutora convida-nos, com a sua abertura e confiança a ouvir o nosso corpo.  

A energia da Indomável e da Sedutora
A alegria destas duas Capuchinhas é fresca e luminosa, podemos senti-la com todas as partes do nosso corpo, especialmente na barriga e nas zonas superiores, como os pulmões e a cara… Ao ser uma emoção algo agitada, podemos sentir como o movimento da energia se expande para a frente como se quisesse sair da nossa pele. Ou então, como se subisse num efeito efervescente. Para mim é uma energia de descolagem, de tendência extrovertida que me convida a mover-me, a agir, a expressar e partilhar.

A sua expressão
A forma como eu detecto esta alegria luminosa da Capuchinha Indomável e da Capuchinha Sedutora é através do meu sorriso. O meu sorriso é visível e reconhecível nesta metade do Ciclo Menstrual mas cada mulher pode expressar e detectar esta energia de um modo diferente. A minha Capuchinha Indomável, por exemplo, tem um sorriso luminoso solar, ou seja, a sua Alegria pode mais facilmente chegar até a sua expressão máxima (euforia) as minhas bochechas levantam-se, os olhos ficam “achinesados” e o ritmo cardíaco acelera e sinto um estado anímico e de excitação que pode ir de muito leve a muito intenso dependendo da situação.

Durante esta metade do Ciclo Menstrual (desde o 7º dia ao 20º dia[i] ) os meus graus de alegria vão se movendo numa escala que vai desde o ponto zero ou neutral, que seria a calma (a energia esta tranquila sem agitação) até a euforia o máximo grau da alegria (a energia é muito intensa e quer explodir). E pelo meio posso sentir diferentes graus de alegria com maior ou menor intensidade.

A Capuchinha Indomável (pré-ovulação) é alegre e jovial. É positiva e cheia de amor-próprio, na sua presença sinto-me alegre, comunicativa, radiante e renovada inclusive posso viver momentos de euforia contudo esta energia extrovertida que experimento nesta fase (pré-ovulatória) não me permite atender xs outrxs na totalidade pois também estou centrada em mim mesmas e nas minhas próprias emoções. Mas, enquanto vou caminhando por esta metade do Ciclo Menstrual e me vou aproximando do ponto médio do Ciclo (a ovulação), a Capuchinha Indomável vai cedendo espaço a Capuchinha Sedutora que me presenteia com um estado de alegria mais sossegado e tranquilo, desde o qual posso ouvir e aproximar-me das outras pessoas de uma forma mais real e verdadeira.

É por isso que é importante aprender a reconhecer e a gerir as nossas emoções e entender a forma como se manifestam ao longo do nosso Ciclo Menstrual para perceber o que sentimos, como, porquê e em que grau o sentimos… assim como ver como nos afecta a nós mesmas e ao nosso entorno essa mesma emoção. Se te apetecer explorar as emoções da tua ciclicidade e explorar a linguagem do teu sangue menstrual e do teu corpo cíclico espero por ti no “Ciclo Compreende o Teu Ciclo, Vive a Tua Lua” AQUI 
                                         

Quando te sentires alegre tenta identificar onde sentes a emoção, em que parte do teu corpo a sentes e como se expressa, depois aponta tudo o que percepcionaste no teu Diário Vermelho

Desafio-TE a observares como se manifesta em ti a Alegria. 


Possíveis MANIFESTAÇÕES da Alegria Cíclica: 
Entre parêntesis coloquei em que fase do ciclo sinto mais cada manifestação de alegria descobre tu as tuas. 
  • Amor, ternura (ovulação)
  • Curiosidade (pré-ovulação)
  • Entusiasmo, ilusão (pré-ovulação)
  • Sorriso, riso, gargalhada… (pré-ovulação)
  • Desfrute, diversão (pré-ovulação)
  • Felicidade, estado de graça, deleite, prazer (ovulação)
  • Borboletas na barriga (pré-ovulação)
  • Vontade de rir, de pregar partidas, de brincar (pré-ovulação)
  • Vontade de competir (pré-ovulação)
  • Permitir criar vínculos, relações (ovulação)
  • Vontade de comunicar (pré-ovulação e ovulação)
  • Vontade de dançar, de cantar… (pré-ovulação e ovulação)
  • Movimento expansivo (pré-ovulação)
  • Emoção efervescente (pré-ovulação)
  • Ligeireza (pré-ovulação)
  • Erotismo (ovulação)
  • Emoção extrovertida (pré-ovulação)
  • Dispersão (pré-ovulação)
  • Continua tu a lista:







Queres descobrir outras emoções e a sua expressão cíclica? Aqui tens os outros post da “Emoções e Ciclicidade”:
As emoções da minha ciclicidade: Calma Menstrual »»Ler

                                                            



[i]  De forma genérica e aproximada.