No dia 1 de Fevereiro a Confraria
recebeu alguns email’s questionando a sua relação com o feminismo e se era ou não um
blogue feminista. A respostas a todos e a cada um dos email's recebidos: Sim. Sim, a Confraria Vermelha é
feminista porque não tolera xenofobia e racismo; porque quer que tirem os
rosários de nossos ovários; porque sabe que os direitos humanos não são moeda
de troca; porque sabe que ser lésbica também é um acto político; porque sabe
que a bissexualidade não é só uma fase; porque sabe que a sexualidade da mulher he/bi/les não existe para entretenimento masculino; porque não aceita que digam
que as lésbicas precisam de um homem para corrigir a sua orientação sexual; porque
defende que o nosso corpo é nosso e praticamos sexo com quem quisermos,
inclusive com outra mulher; porque defende que a mulher é sujeito de desejo e
não objeto de desejo; porque afirma que a mulher é sujeita de si, inclusive da
sua sexualidade; porque luta contra a invisibilidade das mulheres que amam
mulheres; porque defende que a sexualidade das mulheres não é acessória a dos
homens; porque acredita que as mulheres podem ser as suas próprias heroínas;
porque sabe que a roupa curta não é um convite e porque luta para que todas as
mulheres possam ser felizes e andar tranquilamente com a roupa que escolherem;
porque sabe que a luta é substantivo feminino; porque usa a linguagem inclusiva
e sabe que através da língua também se combate o patriarcado; porque defende que
proibir um/uma acompanhante no parto é violência e viola a lei; porque sabe que
episiotomia (corte na vagina) de rotina é violência; porque defende que querer-se
livre é também querer livres os outros; porque sabe que quem não se movimenta,
não sente as correntes que o prendem; porque luta contra o body shaming; porque
combate o slut shaming; porque não gosta de fazer piada transfóbica, é
agressão; porque se revolta com a hipersexualização dos corpos femininos no desporto,
na moda, na arte …; porque ama ver
mulheres que amamentam na frente dos outros; porque luta contra o fim da
violência obstétrica; porque critica a divisão sexual do trabalho; porque
acredita na amizade entre mulheres; porque não aceita a gordofobia da moda;
porque pratica a sororidade; porque luta contra as disparidades salariais e
contra a divisão sexual do trabalho; porque luta por um mundo onde sejamos socialmente
iguais, humanamente diferentes e totalmente livres, porque se
posiciona a favor da vítima e luta contra a culpabilização da vítima; porque
não confunde a resistência do oprimido com a violência do opressor; porque
defende que a culpa da violação NÃO é da vítima; porque acredita que num sistema opressivo todo acto
de denúncia é activismo; porque acredita na amizade entre homens e
mulheres; porque apoia o parto humanizado; porque questiona a obrigatoriedade
da depilação feminina (ter pelos ou não ter? ambas escolhas são correctas),
porque sabe que não existe "crime passional", existe feminicídio,
porque sabe que se o Papa tivesse útero, o aborto seria legal e seguro; porque
se preocupa com todas as mulheres. As algemas são diferentes, a luta é uma só;
porque sabe que o racismo e o machismo andam de mãos dadas; porque defende uma educação
sexual para escolher. Contraceptivos para prevenir. E aborto legal para não
morrer. Por estes
motivos e muitos mais a Confraria Vermelha é feminista mas acima de tudo é porque
sabe que o feminismo é uma questão de direitos humanos
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