MENSTRUAÇÃO - MITO E CULTURA II

A cor vermelha é celebrada como símbolo da própria vida. No ritual da Menarca e outros rituais, as participantes pintam parcialmente ou todo o corpo de vermelho. Às vezes usa-se sangue, mas, mais frequentemente o ocre é usado como substituto. Vários depósitos de ocre vermelho existentes em algumas regiões da Austrália podem ter sido deixados por mulheres dos tempos antigos. Em algumas regiões do mundo as meninas pintam os seus lábios de vermelho para os rituais da puberdade, um costume que pode ter evoluído para a moda moderna das mulheres usarem batom vermelho.

As minha cuecas vermelhas para usar no meu Tempo de Lua

Na América do Norte, o vermelho é a cor preferida para os carros desportivos. Mas os produtos para uso durante a menstruação nunca são vendidos ou promovidos usando a cor vermelha. É considerada uma cor agressiva, Feminilidade e agressão são consideradas antagónicas.

Na Índia, onde os rios se tingem de vermelho do óxido de ferro, lavado nas suas bacias pelas chuvas de monção, os adeptos da crença tântrica tomam a água como se fosse o 'ritu', o sangue menstrual de 'Devi', a divindade criadora. Em outras regiões da Índia, os crentes envolvem com um pano vermelho a estátua de 'yoni', que simboliza o órgão genital feminino. O vocábulo 'ritu', ou seja, o sangue menstrual é o radical da palavra 'ritual'. A menstruação também é conhecida como 'pusga' ou 'flor' (em inglês também pode ser  'flower': aquela que flui), que ao mesmo tempo serve  para descrever 'menstruação = florescimento da mulher'.

Os historiadores sustentam que os rituais da menstruação estão entre os primeiros resquícios das culturas em que as mulheres ocupavam posição de destaque e respeito, que foram sistematicamente destruídos pelas autoridades religiosas e pelo Estado. É possível que a alienação dos seus corpos durante o período da menstruação perdeu a sua sacralidade.

Na sociedade contemporânea, nada sobre a menstruação é considerado sagrado. Os anúncios em revistas mostram mulheres zelosamente escondendo o fato de estarem menstruadas. A mensagem implícita é: a menstruação é um problema que tem que ser superado. Mas o manto de sigilo em torno da menstruação está sendo levantado. É preciso apenas espiar nas teias sociais para encontrar uma mancha vermelha escura que tem persistido por muitos anos, apesar dos esforços extraordinários para removê-la.
Esta é uma poderosa viagem coletiva que só pode servir às futuras gerações de mulheres para a descoberta da autoconfiança e da alegria de seus corpos que as gerações antigas experimentaram. Essa jornada começa com o ‘sangue da lua’.

Queres conhecer a jornada do teu 'sangue da lua' e como os seus ritmos e fluxos embalam ciclicamente o teu corpo.

¿Atreves-te a iniciar esta jornada vermelha?

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