Alimentação plena: a melhor dieta

Estar presente

Contra aquilo que se acredita, a “culpa” dos quilos a mais, dos problemas digestivos, da prisão de ventre, das intolerâncias alimentares não reside na composição dos alimentos ou no aparelho digestivo mas sim em comer “em piloto automático”. Mas como podemos reverter o processo?

Porque é que a forma de nos alimentarmos se tem transformado numa causa tão comum de desconforto e mal-estar?
Porque é que há cada vez mais pessoas obesas ou magras demais? Porque é que há cada vez mais pessoas com intolerâncias alimentares?
A razão fundamental para o nosso desequilíbrio com a comida e ingesta de alimentos é o facto de nos termos esquecido de como é estar presentes quando comemos. Comemos sem consciência, com o piloto automático acesso.

Achamos que o problema esta na comida, e por isso temos vindo a modificar a química dos componentes que formam os alimentos, tiramos-lhes calorias e gordura, substituímo-los por edulcorantes sintéticos e gorduras artificiais. A comida é comida. Não é boa nem é má, e mesmo modificando-a, a obesidade, por exemplo, contínua em aumento.

Depois acreditamos que o problema reside nas nossas células gordas, por isso lipoaspiramos a gordura. Os adipócitos só estão a tentar fazer o seu trabalho, o trabalho que lhe foi atribuído na história evolutiva da nossa espécie: acumular energia para épocas de escassez. As nossas células gordas estão ai para nos ajudar a sobreviver.

A seguir decidimos aceitar que o aparelho digestivo é o problema, por isso amputamos parte do estômago ou desviamos cirurgicamente o intestino delgado. Mas na verdade o aparelho digestivo, só esta a tentar fazer o seu trabalho, desarmando os alimentos, absorvendo nutrientes e excretando o que não precisa.

E assim um sem fim de opções continuam a aparecer para reduzir os efeitos da “má” comida. Eléctrodos, máquinas que nos fazem massagens enquanto vemos televisão, etc., etc.,

Seja lá qual for o resultado da “má” comida (obesidade, magreza, intolerância, prisão de ventre…) o problema não esta nela, na comida, ou nas nossas células gordas ou no nosso estômago. O problema está na mente. Está na nossa falta de consciência das mensagens que o nosso corpo nos envia, das nossas células e da franqueza do nosso coração.

A alimentação com consciência plena ajuda-nos a voltar a ouvir o que nosso corpo nos esta a tentar dizer sobre a fome e a saciedade. Ajuda-nos a reconhecer que parte da nossa integridade corpo-mente-coração tem fome, e como e quando e o que é o melhor para nutri-lo. A tristeza e sentimentos desencontrados não se podem saciar com comida por exemplo.

Um ingrediente: Atenção plena

No Atelier Mulheres, Comida e Cuidados trabalhamos a atenção plena. Ao longo das 9 sessões vamos tentar prestar intencionalmente atenção, estar completamente despertas ao que nos esta acontecer quer dentro de nós, do nosso corpo, mente e nas emoções assim como no nosso entorno.

Vamos explorar a história da nossa relação com a comida fazendo uma escavação arqueológica a nossa história pessoal e nesta 4ª edição vamos fazer esta exploração com mais uma ferramenta: Mindfulness para desenvolver assim a nossa atenção plena, ou consciência plena. Desenvolver a nossa atenção plena é uma qualidade de atenção equilibrada, aberta e compassiva, carregada de amabilidade para com nós mesmas, sem críticas nem juízos. Vamos ser observadoras implacáveis, testemunhas de sensações e pensamentos que surgem no momento de comer, sem julga-los.

Neste atelier não partilho dietas nem listas dos melhores alimentos para isto ou aquilo ou receitas milagrosas para emagrecer, engordar ou seja lá que propósito for só pretendo partilhar convosco uma única receita para a alimentação consciente, receita que tem um único ingrediente: a intenção profunda de nos desprendermos de hábitos inadequados e de risco. Como condimentos temos a curiosidade e o interesse de trabalhar comprometidas com nós mesmas.

Comer… e tomar consciência

Comer com atenção plena significa colocar total atenção na experiência de comer e beber. Prestamos especial atenção ao prato, as cores, aos aromas, as texturas, aos sabores, temperaturas e inclusive aos sons da nossa comida.

Vamos durante de 9 sessões/semanas praticar a nossa atenção plena enquanto comemos, dirigindo também a nossa atenção a experiência do nosso corpo. Em que parte do nosso corpo sentimos fome? Onde sentimos que estamos insatisfeitas? Como é sentir-se saciada, cheia?

Também vamos dirigir a nossa atenção para a nossa mente. Enquanto comemos vamos aprender a observar quando é que a mente se distrai, os juízos e monólogos internos que surgem, e como se afasta da nossa consciência a atenção sobre o que estamos a comer. Vamos observar os impulsos que aparecem depois de umas quantas garfadas e uns quantos goles. Notar o impulso e regressar ao simples acto de comer.

Vamos investigar como é que comer afecta o nosso estado de ânimo e como as nossas emoções, especialmente a ansiedade, influenciam na nossa alimentação.

Os velhos hábitos de comer, as velhas emoções ligadas a esses hábitos e o não colocar atenção no acto de comer não são hábitos fáceis de mudar. A mudança duradoura leva algum tempo e ocorre após fazer pequenas mudanças, no Atelier Mulheres, Comida e Cuidados partilho contigo dicas, ideias que podes adaptar a tua própria realidade para começar de forma simples a teres a alimentação que desejas ter.


Se te apetecer embarcar nesta aventura e queres ter mais detalhes clica aqui. Ter a tua companhia será um prazer. 


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