Tenho um problema grave com as
datas…. esqueço-me delas… e algumas
parecem-me cínicas... sim, disse cínicas!!! Deixem-me explicar isto melhor, para
não ser mal-interpretada:
-Eu acho que datas como o 8 de Março,
25 de Novembro são datas “cínicas” que pretendem enganar-nos fazendo-nos acreditar
que a sociedade/estado se preocupada connosco, balelas é o que são.
Se o estado estivesse realmente
preocupado demonstrava-o, não criando efemérides no calendário mas com actos
concretos, ou seja, com leis de protecção real, com julgamentos justos e rápidos,
com campanhas efectivas, com igualdade laboral etc, etc, etc.
Aliás outra coisa que me leva acreditar
que não estão preocupados connosco é que nestas datas muitos colectivos de
mulheres (estes sim verdadeiramente preocupados e implicados com as problemáticas
que estes dias reivindicam) organizam iniciativas, iniciativas estas que são
praticamente ignoradas, quase sempre tidas como actos simbólicos. Não digo que
os colectivos não deveriam fazer estas iniciativas pelo contrário, devem
faze-lo nesses dias e ao logo dos outros 364 o que digo é que o senhor estado nos
tente enganar “oferecendo-nos” dois dias no calendário e que acham que com isso
estão a lutar pelos direitos da mulher… O
que Não é verdade!
Por isso nasce hoje 25 de
Janeiros a rubrica “ 25 de…” vou dedicar tos os dias 25 de cada mês, e
outros sempre que os meus ovários gritarem para o fazer, para escrever um post
sobre violência machista, violência contra as mulheres e faço-o simplesmente
porque aquilo que não é nomeado não existe e eu não gosto de brincar ao faz de
conta com estas coisas, e tu?
___________________________________________________________________________
à Mutilação Genital Feminina
lembrei-me desta frase e a minha mente vieram todas as meninas e mulheres submetidas em várias partes do mundo a mutilação genital que consiste na amputação do clitóris de modo a que a mulher não possa sentir prazer durante o acto sexual… as razões para cometer esta atrocidade pouco importam pois nenhuma delas justifica esta barbárie.
Existe no calendário um dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, na verdade teríamos que criar muitos dias de Tolerância Zero contra todas as atrocidades cometidas contra meninas e mulheres por todo mundo. São demasiadas!!!
Pensamos que a mutilação genital feminina acontece em lugares distante de nós como África e Ásia e como é uma realidade que os nossos olhos não assistem no seu quotidiano simplesmente “ ignoramo-la” mas a verdade é que numa aldeia global como o mundo de hoje as distâncias são relativas… por que há pedacinhos de África e Ásia no coração da Europa ou da América.
Sim! A mutilação genital feminina também ocorre no mundo ocidental!
As desculpas para continuares a olhar para outro lado começam a desaparecer, será que queres continuar a fazer de conta ou queres actuar e fazer algo? Se preferes a segunda opção parabéns, podes clicar em http://www.endfgm.eu para conhecer uma campanha europeia para terminar com esta atrocidade.
A mutilação ocorre em várias partes do mundo, mas tem registo mais frequente no leste, no oeste e no nordeste da África e em comunidades de imigrantes nos EUA e Europa. Em sete países africanos - entre eles Somália, Etiópia e Mali - a prevalência da mutilação é em 85% das mulheres.
Sim! A mutilação genital feminina também ocorre no mundo ocidental!
As desculpas para continuares a olhar para outro lado começam a desaparecer, será que queres continuar a fazer de conta ou queres actuar e fazer algo? Se preferes a segunda opção parabéns, podes clicar em http://www.endfgm.eu para conhecer uma campanha europeia para terminar com esta atrocidade.
A mutilação ocorre em várias partes do mundo, mas tem registo mais frequente no leste, no oeste e no nordeste da África e em comunidades de imigrantes nos EUA e Europa. Em sete países africanos - entre eles Somália, Etiópia e Mali - a prevalência da mutilação é em 85% das mulheres.
Um estudo da ONG Humans Rights Watch de Junho do passado ano (clique para ler a pesquisa, em inglês) mostra que, no Curdistão iraquiano, 40,7% das meninas e mulheres de 11 a 24 anos passaram por mutilação.
Menina de quatro anos é circuncidada em Sulaimaniyah, no Curdistão iraquiano, em Abril de 2009 (Foto: AFP)
|
Waris Darie |
O livro que deu um filme |
No filme ela conta como foi o procedimento para a retirada do clitóris, pequenos lábios e lábios externos da vagina e o fechamento da mesma, deixando apenas um orifício do tamanho de uma cabeça de palito. Todo o procedimento é sem anestesia, sem higienização e muitas mulheres morrem. Em fim um ato de crueldade e de desinformação. Uma crença sem fundamentos, onde mutilam as mulheres e as deixam psicologicamente doentes.
Deixo aqui um excerto do filme um dos mais estremecedores.. mas podem ver o filme completo em http://www.youtube.com/watch?v=BrZEvSrGUpQ&feature=player_embedded
Deixo aqui um excerto do filme um dos mais estremecedores.. mas podem ver o filme completo em http://www.youtube.com/watch?v=BrZEvSrGUpQ&feature=player_embedded
Momento do filme em Waris Dirie faz um depoimento publico contando a sua experiência. Um testemunho importante para a luta contra esta prática que continua a ser praticada.
Deixo-vos aqui a ligação para uma conferencia de Nawal que vale a pena ver.
Parte 1
Parte 2
Parte 3
*Saraha
ATENÇÃO
Gostou das expressões e frases contidas nesta publicação, se for usar, cite a fonte, Obrigada
Como já é habitual, excelente texto, assunto muito importante! É urgente falar sobre
ResponderEliminarA mutilação genial feminina!
ResponderEliminar( continuando)
EliminarGostaria apenas de salientar que a episiotomia ( corte na vulva e vagina para o bebé nascer mais rapidamente ) também é uma mutilação genital, aceite na nossa sociedade como intervenção útil e necessária (!)
Grata pelo teu excelente trabalho, empenho e dedicação!
Sem dúvida, escrevi sobre esse tipo de mutilação aqui: http://confrariavermelha.blogspot.pt/2014/02/25-de.html
EliminarabraçO e grata pela tua partilha
Confraria Vermelha