Acho que hoje as palavras sobram perante "1 minuto" de imagens...
MENSTRUAÇÃO - MITO E CULTURA II
A cor vermelha é celebrada como símbolo da própria vida. No ritual da Menarca e outros rituais, as participantes pintam parcialmente ou todo o corpo de vermelho. Às vezes usa-se sangue, mas, mais frequentemente o ocre é usado como substituto. Vários depósitos de ocre vermelho existentes em algumas regiões da Austrália podem ter sido deixados por mulheres dos tempos antigos. Em algumas regiões do mundo as meninas pintam os seus lábios de vermelho para os rituais da puberdade, um costume que pode ter evoluído para a moda moderna das mulheres usarem batom vermelho.
As minha cuecas vermelhas para usar no meu Tempo de Lua |
Na América do Norte, o vermelho é a cor preferida para os carros desportivos. Mas os produtos para uso durante a menstruação nunca são vendidos ou promovidos usando a cor vermelha. É considerada uma cor agressiva, Feminilidade e agressão são consideradas antagónicas.
Na Índia, onde os rios se tingem de vermelho do óxido de ferro, lavado nas suas bacias pelas chuvas de monção, os adeptos da crença tântrica tomam a água como se fosse o 'ritu', o sangue menstrual de 'Devi', a divindade criadora. Em outras regiões da Índia, os crentes envolvem com um pano vermelho a estátua de 'yoni', que simboliza o órgão genital feminino. O vocábulo 'ritu', ou seja, o sangue menstrual é o radical da palavra 'ritual'. A menstruação também é conhecida como 'pusga' ou 'flor' (em inglês também pode ser 'flower': aquela que flui), que ao mesmo tempo serve para descrever 'menstruação = florescimento da mulher'.
Os historiadores sustentam que os rituais da menstruação estão entre os primeiros resquícios das culturas em que as mulheres ocupavam posição de destaque e respeito, que foram sistematicamente destruídos pelas autoridades religiosas e pelo Estado. É possível que a alienação dos seus corpos durante o período da menstruação perdeu a sua sacralidade.
Na sociedade contemporânea, nada sobre a menstruação é considerado sagrado. Os anúncios em revistas mostram mulheres zelosamente escondendo o fato de estarem menstruadas. A mensagem implícita é: a menstruação é um problema que tem que ser superado. Mas o manto de sigilo em torno da menstruação está sendo levantado. É preciso apenas espiar nas teias sociais para encontrar uma mancha vermelha escura que tem persistido por muitos anos, apesar dos esforços extraordinários para removê-la.
Esta é uma poderosa viagem coletiva que só pode servir às futuras gerações de mulheres para a descoberta da autoconfiança e da alegria de seus corpos que as gerações antigas experimentaram. Essa jornada começa com o ‘sangue da lua’.
Queres conhecer a jornada do teu 'sangue da lua' e como os seus ritmos e fluxos embalam ciclicamente o teu corpo.
¿Atreves-te a iniciar esta jornada vermelha?
Aqui
MENSTRUAÇÃO - MITO E CULTURA I
"Nas culturas antigas acreditava-se que as mulheres estariam no auge de seu poder quando menstruadas. De modo universal, a menstruação marca o início da vida adulta e era acompanhada por rituais e celebrações. Vocábulos em diversas línguas relacionados com sacralidade, magia e mistério são utilizados para descrevê-la.
A menstruação nas meninas é um paralelo da iniciação dos meninos na vida adulta, sendo tratado com muita reverência e respeito. A Menarca representava o nascimento, a fertilidade e a própria vida. Em muitas culturas, o ciclo menstrual estava diretamente ligado aos ciclos lunares.
Histeria etimologicamente significa 'consciência do útero', porém, este significado original tem sido mudado e distorcido e o poderio da mulher quando menstruada está distante de ser reverenciado ou respeitado nos dias de hoje. Até o final do século XIX, acreditava-se que a histeria era um estado de perturbação mental ou emocional, causado pela mobilidade do útero. Publicações médicas do século XVIII descreviam o útero mudando para diversas regiões do corpo. Quando uma mulher queixava-se de um aperto na garganta, provocado por depressão ou ansiedade, acreditava-se que ela estava sendo sufocada pelo seu útero. E quando ela estava histérica, era porque o útero tinha-se apossado do seu coração.
O que tudo isto indica é um sentimento que mistura medo e respeito para com o fluxo menstrual. Originalmente acreditava-se que os fetos eram formados pelo sangue coagulado de suas mães. Mais tarde, passou-se a acreditar que o sangue menstrual tinha menor poder do que o sémen masculino. Se ele dominasse o sémen masculino o resultado seria um feto do sexo feminino. A partir da época de Aristóteles, o consenso geral era que as mulheres eram fisiologicamente imitações rudimentares dos homens. Seus órgãos reprodutivos eram órgãos masculinos invertidos. O único problema dessa teoria era o clitóris. Médicos especialistas discutiam sobre sua finalidade. Os homens não o têm. Foi aparentemente inconcebível que o órgão existisse com a finalidade exclusiva de proporcionar prazer à mulher."
Aqui tens mais informação sobre o porquê de mereceres conhecer e desfrutar do teu ciclo menstrual e Aqui de como te podes tornar amiga da tua Vulva
Mapa Vulvar
Quando pensamos na “Vulva” geralmente fazemo-lo numa perspéctica
de conceito que esta conectado com o conceito de “órgão sexual” e ao mesmo
tempo o conceito de “órgão sexual” faz parte de um sistema de conceitos
vinculados ao “Anatómico, Erótico, Genital, Libidinoso, Sensual ou Carnal” e as
suas correspondentes conexões…
«Vulva, o que é a Vulva? Onde começa e onde acaba? A Vulva é parte ou é
todo? Divinizamos ou dividimos a Vulva? O que é que ela representa, como é
composta? Vulva objeto ou vulva sujeito?, Vulva erógena, simbólica, mecânica,
atómica, onírica e… ou poética? … Vulva, Vúlvico, vulvicionista, vulvónico… Vulva
de pele, pregas, humidades, caminhos? Vulva centrifuga, anatómica, holográfica.»[i]
E para ti o que representa a TUA Vulva? Como a vives? Como te comunicas com ela? O que
conheces e desconheces dela?
AtrevesTE a responder
a todas estas perguntas? JuntaTE a nós, AQUI
As minhas partes mimosas
Se alguém conhecer o autxr da ilustração que apite! |
A
vagina é o tubo muscular que vai da vulva até o útero. Se dividirmos a vagina
em três partes, vemos que a parte mais de fora (na vulva) corresponde ao que
hoje alguns chamam de abertura vaginal do clitóris. É uma área bastante
sensível para o sexo (adoram dar nomes e mais nomes e descobrir partes e mais partes!).
Os
dois terços de dentro da vagina têm muito pouca sensibilidade. Tanto é que
colocamos um tampão interno ou um diafragma lá dentro e nem
sentimos nada (ou será que sentimos?). É por isso também que muitas mulheres gostam mais da estimulação
da parte de fora e menos da penetração (ou será ao contrário ou será que há para todos os gostos?).
Como
um tubo muscular, a vagina pode ser contraída e relaxada conforme a vontade da
mulher. Nem todas mulheres já tiveram a oportunidade de aprender como relaxar e
contrair a vagina, pois em nenhum lugar nos ensinam como ter consciência da
musculatura vaginal, e muitas aprendemos por conta própria.
Ter
essa consciência da musculatura vaginal é importante para:
·
Ter uma vida
sexual mais prazerosa (controlar o “aperto” e relaxamento na relação
sexual);
·
Ter partos mais
fáceis (evitar romper o períneo ou ser cortada);
·
Manter uma vagina
forte em qualquer idade (sem perder urina ou ter bexiga
caída, etc.)
Histórias e + Histórias...
"Antigamente,
acreditava-se que o clitóris era aquele pontinho difícil de achar que ficava entre
os lábios menores da vulva, logo acima da abertura da uretra. Aquele ponto é na
verdade a glande do clitóris, uma área extremamente sensível da vulva. Esse
ponto, a glande do clitóris, geralmente é mostrado como se fosse o clitóris
inteiro na maioria dos livros e ilustrações dos órgãos femininos.
O
clitóris era considerado tão pequeno e misterioso, que muito se escreveu sobre
como encontrá-lo. Alguns achavam que melhor do que achar o clitóris, era
encontrar um igualmente misterioso ponto G, que ficaria dentro da vagina.
No
começo do século XX, acreditava-se que a mulher adulta e madura, normal, só
poderia gozar se fosse pela vagina, através da estimulação (roçar) do movimento
do pénis. Inventaram que a mulher que gozava pelo clitóris era anormal e
problemática.
E
assim de teoria em teoria foram “educando”
a sexualidade feminina e desenhando anatomia feminina como bem entenderam e nós
(mulheres) fomos perdendo-nos dentro do nosso próprio corpo."
Gozo VI
São cintilantes grutas
que germinam
na obscura teia dos teus lábios
o hálito das mãos
a língua - as veias
São de cúpulas crisálidas
são de areia
São de brandas catedrais
Quedes norteiam
(São de cúpulas crisálidas
são de areia)
na minha vulva
ogostodosteusespasmos
Maria Teresa Horta
Para
as que se sentem ainda um pouco perdidas (ou totalmente perdias ou nada
perdidas) AQUI fica um vídeo bem interessante sobre este fantástico órgão que é
o Clitóris.
Até dia 31 de Outubro podes juntar-te a esta aventura.Só apta para mulheres valentes e inquietas.
A liberdade tem de ser de todos e para todos
Para evidenciar este dia a Porto 1Fascínio - Atelier Criativo, a Fios E Desafios Ipss lançaram uma campanhã de sensibilização no âmbito do Dia Europeu de Combate ao Tráfico de Seres Humanos,das 12h às 14 h e das 17h às 19h, passem por lá e divulguem!
As outras Malalas
Quando vi este vídeo pela primeira vez emocioneiMe tanto que chorei.
Ser menina no mundo é verdadeiramente heróico… as meninas são um grupo diferenciado e vulnerável dentro da sociedade global. São as pobres entre os/as pobres:
- A descriminação das mulheres começa, muitas vezes quando nascem, enquanto ainda são meninas ou mesmo antes e se prolonga até ao resto da vida.. No mundo faltam 100 milhões de meninas e de mulheres devido a prática do aborto selectivo.
- Há um terço de meninas no mundo as que lhes é negada a educação secundária.
- 66 milhões de meninas não vão a escola.
- Cada 3 segundos uma menina é obrigada a casar-se.
Podíamos continuar com a lista mas
prefiro partilhar convosco este vídeo e animar-vos a fazer algo depois ;)
Merecemos mais
“Você precisa
ser a mudança que quer ver no mundo” Mahatma
Gandhi
“Cultura é o que fica depois de se esquecer tudo o que foi
aprendido “André Maurois
“A arte é um instrumento de educação” Desconheço o autor
"O feminismo é a ideia radical de que homens e mulheres têm os
mesmos direitos"
Escrevi
este post para falar de uma música, e motivada por um post no facebook que aqueceu os ânimos, mas quero deixar claro que podia ter pegado
em muitas outras, que despertam em mim as mesmas questões, podíamos falar do Robin
Thicke, do Daddy Yankee entre outros e outras, agora não me lembro de mais nomes (sou péssima com os nomes)… mas o importante não são os nomes mas sim
a provocação e as atitudes sexista na música. Não sei se as vezes este sexismo
é inconsciente devido a normalização de tantas atitudes machistas na nossa
sociedade. Mas a verdade é que são estas atitudes machistas, muitas vezes legitimidades
pela sociedade, que são visíveis no hip-hop, no reggaeton ou em temas do pop da
moda. Estas atitudes não são um problema moral mas sim de representação da
sexualidade feminina. Ninguém tolera uma música racista ou homofóbica mas sim
que degrade a mulher. Criticamos a Miley Cyrus mas não dizemos nada do Thicke,
do Daddy, do este ou do aquele. Na verdade é que há letras com um sexismo mais
evidente e outras mais encoberto, e é exactamente aqui que residem as armadilhas
do sexismo quotidiano e da violência simbólica contra as mulheres.
Como eu vivo
em Portugal esta música que mexeu comigo é portuguesa, as outras também mexem e
a prova esta aqui, mas esta música esta escrita numa das minhas línguas maternas (o portugês),
fala da “realidade” das mulheres e homens do país onde vivo e talvez por isso me
levou a escrever este post.
A música em questão “Mereces mais” do JêPê
Mereces
mais que momentos ocasionais
agires,
fazer e só depois pensares
sais à
noite e bebes ao ponto de nem te lembrares
ya, a
vida é tua como também é a reputação que lhe dás
foste
crescendo sem querer saber de opiniões alheias
entre
noites, gajos e bebedeiras
curtias
por curtir, beijavas por beijar
até ao
ponto em que fodias sem padrões a respeitar
O que é
que o sexo ocasional tem de mal?
Porque é que os homens e as mulheres que têm
sexo ocasional não podem ser vistos como iguais, elas são mulheres de má
reputação e eles são os Casanova ou então são todos, homens e mulheres, uns inconscientes
por terem sexo ocasional?
Porque
é que o sexo ocasional com um/uma ou vários parceiros/parceiras dá má reputação
seja homem ou mulher (mas principalmente mulher)?
Porque
é que o sexo tem que ser visto como algo inquinado, que “dá má reputação”
quando não é praticado com “padrões a respeitar”? Que “padrões” são estes?
Homens
e mulheres levam séculos a viver uma sexualidade secundária graças a influência que a educação/moral judaico-cristã
(entre outras coisas) tem na nossa sociedade, será que não estamos a reproduzir
valores de moral duvidosa criticando o prazer (é isso que é o sexo ocasional)
de forma negativa?
Porque é que usar o sexo como diversão é negativo? Porque é
que a diversão e o prazer do sexo ainda são tabu? Porque é que uns (homens) se podem
divertir mais do que outras (mulheres)?
Sou eu
que me dou uma má reputação ou és tu (o tu refere-se aos tais 90% de homens que
a letra menciona) que avalias à luz dos teus preceitos morais os meus actos e
atribuis etiquetas a minha forma de ser, sentir e viver? E se tu deixasses de me
julgar como seriam as coisas? E se eu (mulher) e tu (homem) e todos os outros (os
que não se consideram nem homens nem mulheres) pudéssemos viver a nossa
sexualidade sem temer a opinião de seja lá quem for?
Como
seria uma canção que falasse sobre esta liberdade? Que falasse de um sexo livre
e sem pré-conceitos de nenhum tipo? Uma letra que falasse de respeito por todos
os seres humanos e pela sua sexualidade num todo, porque o sexo é apenas uma
das muitas expressões da sexualidade humana?
a
consciência sempre te pesou, mas só no dia seguinte
porque
mais noites vieram, sem que isso te impedisse
aquilo
que não percebes, é que os gajos com que o fizeste
se
gabaram aos amigos da forma como o fizeste
como é
que eu sei? Ouve, eu sou um homem
e por
mais que fale contra mim sei o que é sê-lo
não
subscrevo que sejamos todos iguais
mas 90%
de nós partilha as experiências sexuais
e tu?
Tens sido tema de conversas
sobre
como e a facilidade com que abriste as pernas
e isto
não é censura, só esclareço aqui
que se
tu não te respeitas, não é nenhum de nós que o vai fazer por ti!
Para
quando uma música de um homem para os outros 90%? Chamando-os a atenção do seu
comportamento? Porque é que temos que continuar a ser nós mulheres a adaptar as
nossas atitudes, a inibir os nossos desejos, a educar as nossa emoções e
pulsões vitais em detrimento dos homens para sermos aceites e não criticadas?
REFRÃO
Repete
comigo
não
acredito que ele tenha feito o que fez sem se gabar a um amigo
Repete
comigo
fingir
que nada aconteceu é o primeiro para repetir o sucedido
E nós
não queremos isso, tu não queres isso, se eu quero isso?
nã, já
quis, mas hoje sofro contigo
Esta parte como refrão torna-se a mais evidente de
toda a letra, e assenta em clichés e estereótipos comportamentais que se
arrastam ao longo dos séculos e assenta na filosofia de que o homem é que sabe,
o homem é que "manda" e a mulher obedece tal qual um autómato (o refrão:
repete comigo...). Faz lembrar a época em que os direitos da mulher primeiro pertenciam ao
pai ou irmão mais velho e depois ao marido
E até me podem dizer: …mas na letra o homem está solidário
com a mulher e só esta alerta-la.
Quanto a isso só tenho uma coisa a dizer: não
podemos ter dois pesos e duas mediadas, pois não? Não podemos criticar e dizer
que não o estamos a fazer, pois não? Eu ao escrever estas linhas estou a
criticar, estou a emitir a minha opinião sobre esta letra e sobre o que ela me
provoca assim como esta letra critica a forma de actuar de algumas mulheres. E
a minha eterna pergunta é: Porque não criticamos directamente os homens que
fazem comentários depreciativos sobre as suas conquistas? Se sou esta ou aquela
porque é que foste para acama comigo?
Não
queiras ser o tipo que só serve de escape entre uma relação e outra
um
orgasmo com noite, ou um bom fim de noite sem roupa
porque
isso torna-te numa gaja que até pode vir a mudar
mas vai
ser sempre difícil de assumir ou respeitar
na
nossa cabeça, quanto mais facilmente ficas nua
mais
difícil és mulher para andar de mão dada na rua
infelizmente
é a sociedade em que vivemos
se tu
fazes o que fazemos, ganhas definições diferentes
e eu
sei que não sou ninguém para o fazer
Esta parte da música faz-me
pensar: Esta forma de entender a sexualidade esta medida em função do critério de
desejo masculino, na qual o desejo feminino não existe, caso exista, esta
subordinado ao masculino. Esta crença faz com que em alguns encontros eróticos,
o papel feminino seja o que trave enquanto o masculino está centrado em chegar
a meta estabelecida socialmente: penetração e orgasmo. O caldo esta entornado
quando as mulheres também desejam a mesma meta. Não podemos ter todos, homens e
mulheres, o mesmo desejo?!?!?!?!?
Esta ideia de que a mulher
deve travar, colocar limites e que o homem não tem porque o fazer porque é
responsabilidade dela, pois é ela que vai ficar com má reputação, leva-nos a uma
limitação do prazer:
1- É
limitador para a mulher, pois tem que centrar toda a sua atenção durante um
encontro em evitar que se pense dela estas coisas, coisas que não são de todo
verdade… Será que somos mais ou menos mulheres por ter tido vários parceiros/parceiras? Por querer ter uma noite de orgasmos?
2- Mas
este tipo de pensamento (um orgasmo com noite, ou um bom fim de noite sem roupa)
também é limitador para o homem que subordina o prazer a ejaculação e ao
orgasmo (quando na verdade são dois processos diferentes).
Deste modo
se a nossa atenção, enquanto mulheres, esta focada em travar ou acelerar, a tentativa
do homem em avançar, em função do que vão dizer de nós faz com que não estejamos a desfrutando
realmente do caminho, do encontro, da partilha. E para além disso dificulta o
descobrir dos nossos próprios desejos, o descobrir da nossa sexualidade sem medo
a julgamentos, já que não nos é permitido explorar sem estar preocupadas com o
que vão dizer de nós… ou seja podemos explorar a nossa sexualidade e ter sexo
mas dentro da normativa social… E aqui volta à minha mente a mesma questão, que
não querer calar: Porque é que temos que ser nós mulheres a repetir contigo
(homem/homens) e não repetes tu (homem/homens) comigo (mulher/mulheres): “As
mulheres têm os mesmos direitos sexuais que os homens e NUNCA devemos criticar
NENHUMA mulher pela forma como expressa a sua sexualidade e como disfruta do
sexo”
E que tal
uma musica dirigida, directamente, a esse 90% de homens mostrando-lhes como
esta mal a sua atitude?
e que
provavelmente me vais apontar o dedo por fazê-lo
mas sei
também que se não for eu, ninguém o vai fazer
e que
tu me vais agradecer mais tarde ou mais cedo
a
verdade é que nós somos iguais, erramos e crescemos
mas o
machismo sobrepõe os vossos erros
no
fundo e sendo justo, só existe um argumento
ninguém
quer ficar com alguém que já esteve com toda a gente
Aqui não surgem perguntas na minha mente mas sim as palavras
de Florence Thomas: “ Nem santas, nem bruxas, nem putas, nem submissas, nem histéricas
mas sim mulheres redefinindo esse conceito, enchendo-o de múltiplos conteúdos capazes
de reflectir práticas novas de si mesmas que a nossa revolução nos entregou;
mulheres que não precisam de amos, nem maridos mas sim companheiros dispostos a
tentar reconciliar-se com elas desde o reconhecimento imprescindível da solidão
e da necessidade imperiosa de amor… “
REFRÃO
Repete comigo
não acredito que ele tenha feito o que fez sem se gabar a
um amigo
Repete comigo
fingir que nada aconteceu é o primeiro passo para repetir
o sucedido
E nós não queremos isso , tu não queres isso, se eu quero
isso ?
nã, já quis, mas hoje sofro contigo
Seja homem ou mulher, nada é diferente
ninguem quer ficar com alguem que já esteve com toda a
gente
Que no final da música apareça “Seja homem ou
mulher, nada é diferente” não apaga todas as ideias que foram transmitidas até
aqui…
Quero deixar claro que centrei as minhas questões no
sexo e na sexualidade mas também o poderia fazer nas ideias de amor que as
entrelinhas deixam passar, que falam desse amor que faz de nós (homens e
mulheres) objectos e não sujeitos, esse amor carregado de ideias utópicas e de
mitos que tornam homens e mulheres infelizes e nos faz sentir frustrados ou em
outros muitos mitos dos relacionamentos sexo-afectivos entre
seres humanos, mas como o tema da música esta centrado nos encontros sexuais ocasionais
e de como estes fazem de nós seres humanos mais dignos ou menos dignos de uma
boa reputação, centrei as minhas questões no sexo.
E são isso mesmo, questões… nada do que digo é para
mim uma verdade absoluta e inquestionável por isso também não pretende que seja
para ninguém. Gostava isso sim que fosse o ponto de partida para reflectir,
para desconstruir e construir ideias novas, para debater, para fazer pensar…
Texto escrito: Aida Suárez
Qual é a vossa opinião sobre a letra desta música?
Desvendando o enigma do puzzle baralhado...
Queremos começar a semana partilhando com todxs uma novidade: Temos nova Confreira e NOVO projecto.
O Puzzle Baralhado esconde este novo projecto... consegues descobrir qual é?
Curiosa? Curioso?
Queres saber mais? Clica AQUI
Surpresas dentro do cesto
A Confraria Vermelha soube que a Capuchina Vermelha está a preparar uma surpresa e nós vamos ajudar. A primeira parte desta surpresa será revelada durante as sessões de contos do dia 5 no Espaço Ribeirar e no dia 6 Outubro na Casa Céu e Terra (房子天與地).
Se ficas-te curiosx aparece!
Atelier Online A Minha VULVA e EU
Queres saber mais sobre a ecologia vaginal, como promover o equilíbrio das secreções e prevenir doenças sexualmente transmissíveis?
Queres explorar e investigar sobre a tua fisiologia genital e como promover o funcionamento saudável da tua vulva e da tua vagina?
Queres aprender mais sobre a tua anatomia genital e como promover a “forma” saudável e ter uma vulva/vagina poderosa?
O que achas dos genitais femininos? O que é que a VULVA significa para ti?
Conhecer e saber examinar a tua vulva e a tua vagina periodicamente é importante tanto para gostar mais do corpo, como também para cuidar da saúde.
Este encontro foi desenhado com amor e por amor a todas as VULVAS. Foi desenhado para investigar e reflectir sobre os genitais femininos porque são uma parte fundamental do nosso corpo de mulher e da nossa vida como seres humanos. A palavra “vagina”, ou “vulva” ou… ou… é evitada na maioria das conversas e muitas vezes usadas de forma pejorativa e por isso nasceu a ideia deste atelier para juntas (e juntos, os homens também podem participar) nos apropriemos dela, a respeitemos e a desfrutemos mais.
Se ainda não te convenceu este argumento para participares aqui vai mais um: um Atelier de Psicocriatividade com o tema VULVA pretende criar formas de nos abrirmos as possibilidades e de recuperar a sensação de abundância na nossa vida; reivindicar o prazer como meio para nos libertarmos de condicionamentos, empoderamoNOS e viver mais felizes.
A metodologia de trabalho é muito simples, cada sessão (5 sessões 1 por semana) chega ao teu email um dia por semana (sexta-feira) desde o dia 1 de Novembro até 29 de Novembro. Depois de receberes todo o material começas o teu trabalho, de forma individual, transitando pelas diferentes propostas através de reflexões activas e dinâmicas.
Uma vez registada a tua inscrição, na data de início do atelier, recebes no teu email o correspondente material de trabalho, divido em 5 sessões. Este será constituído:
Cadernos de Estímulos em formato digital (PDF) com textos e exercícios
Música sugerida para acompanhar as diferentes actividades propostas, formato mp3.
Vídeos sugeridos para acompanhar as diferentes actividades propostas, formato mp4.
Inscrição | 20€
10% de Desconto se participas-te no Atelier Online de Outubro.
Para te inscreveres envia um email para jardineriahumana@gmail.com e pede a tua ficha de inscrição
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